A Grande Jogada é um belo filme sobre a vida

Em mais uma ótima atuação de Jessica Chestain, Aaron Sorking acerta o tom e entrega um filme maduro e interessante

Aaron Sorking parece realmente fascinado pelos mecanismos ocultos que ligam poder, dinheiro e esportes, e em A Grande Jogada, adaptado do romance de mesmo nome, ele conta a história de Molly Bloom (interpretada por Jessica Chestain), ex-patinadora de nível olímpico que se envolve com jogos privados de poker, e pela sua inteligencia e senso de oportunidade acaba se tornando responsável pelas mesas de jogos mais privativos, contando com as pessoas mais influentes.

Baseado em fatos reais, a trajetória de Molly Bloom é extremamente interessante, de forma que embora o filme seja classificado como um drama/romance policial, é um filme que dificilmente pode ser enquadrado em qualquer categoria. Contado com ritmo envolvente, sem se perder em longas explicações de origem, A Grande Jogada prima por não vitimizar nem engrandecer nenhum dos personagens envolvidos, sendo que até as mais nobres decisões tomadas são fruto da criação e da auto preservação de valores, e não de nenhuma nobreza intrínseca.

Não bastasse a excelente atuação da protagonista, o que lhe rendeu indicação para o Oscar de melhor atriz em 2018, além de diversos prêmios, o filme conta também com uma atuação destacada de Kevin Costner, que parece ter voltado a fazer bons filmes, fazendo um papel difícil e humano, além da marcante presença de tela de Idris Elba, que se sai tão bem fora dos universos heroicos como dentro deles.

Impressionante como o adulto acaba se mostrando uma versão desenvolvida e ampliada da criança que um dia foi, e o longa, não por acaso, faz diversos links entre a infância e a vida adulta, entre cobranças do passado e erros do presente, brindando o expectador com um fantástico diálogo entre Molly e seu pai perto do final do filme. Envolvente, intrigante e extremamente inteligente, A Grande Jogada é um filme daqueles que precisam ser vistos.

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