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Mostrando postagens de junho, 2018

A Grande Jogada é um belo filme sobre a vida

Em mais uma ótima atuação de Jessica Chestain, Aaron Sorking acerta o tom e entrega um filme maduro e interessante Aaron Sorking parece realmente fascinado pelos mecanismos ocultos que ligam poder, dinheiro e esportes, e em A Grande Jogada, adaptado do romance de mesmo nome, ele conta a história de Molly Bloom (interpretada por Jessica Chestain), ex-patinadora de nível olímpico que se envolve com jogos privados de poker, e pela sua inteligencia e senso de oportunidade acaba se tornando responsável pelas mesas de jogos mais privativos, contando com as pessoas mais influentes. Baseado em fatos reais, a trajetória de Molly Bloom é extremamente interessante, de forma que embora o filme seja classificado como um drama/romance policial, é um filme que dificilmente pode ser enquadrado em qualquer categoria. Contado com ritmo envolvente, sem se perder em longas explicações de origem, A Grande Jogada prima por não vitimizar nem engrandecer nenhum dos personagens envolvidos

Uma Dobra no Tempo é diversão lúdica que fica devendo

Uma   Dobra  no  tempo  é o novo lançamento da Disney para provar que ela não depende somente de sua fábrica de heróis , nem tampouco de  uma  galáxia muito, muito distante ; e que existe salvação além dos revivals em live actions baseados em suas animações de sucesso.  E o filme começa bem nesse sentido. Um cientista carismático e incompreendido, um sumiço inexplicável e  uma  ausência que atinge a toda  uma  família, com direito a bullying escolar e tudo. E a vida de todos começa a mudar quando  uma  fada (?), ou tipo isso, interpretada pela versátil Reese Whiterspoon, aparece no meio da sala de estar, conversando com o caçula da família, que por acaso é um gênio incompreendido. Pouco demora para que o fantástico se desenrola e aparecem mais criaturas fascinantes e um convite irrecusável para  uma  aventura atrás do pai desaparecido há mais de 4 anos, na qual embarcam os dois irmãos e um amigo do colégio. Ok, parecido com as Crônicas de Nárnia? Talvez, mas até aí isso não precis

A Barraca do Beijo é um delicioso respiro de simplicidade em um mundo complexo

O mundo tem ficado cada vez mais complicado. O colégio nunca mas foi visto da mesma forma depois do intenso 13 Reasons Why, que trouxe temas sérios, complexos e marcantes para a sala de estar das pessoas. E talvez como um antídoto a isso, uma antítese à toda seriedade, a mesma Netflix resolveu lançar "A Barraca do Beijo", comédia romântica adolescente que virou um hit imediato, ou ao menos um filme que alguns amam e outros amam odiar. Nesse divertido filme, um menino e uma menina são melhores amigos desde o berçário, e crescem juntos de maneira inabalável, até que as paixões entram em cena. Dizer mais que isso, ainda que o próprio trailer assim o faça, é estragar a jornada. Comédias românticas, e ainda mais quando se trata de romante adolescente, dificilmente vão ter algo de novo a dizer no mundo. Mas como diria Renato Russo, quais são as palavras que nunca são ditas? E não precisa ser novo para ser bom, ser divertido, entreter. E é na forma de entreter que o diretor Vince

Marvel entrega o fruto do planejamento de uma década em filme de ritmo intenso, história fiel e muita intensidade.

Em 2008 foi lançado Homem de Ferro, dirigido por John Favreau. E algo interessante aconteceu ao final dos créditos: uma cena fora do filme, que ligava o enredo a outro longa, ainda por ser lançado. E assim era criada uma forma de fazer cinema que ligaria um filme a outro, tecendo diversos enredos diferentes em um mesmo universo, uma trama de histórias comuns. Era a chamada fase 1 da Marvel, que culminaria no primeiro Vingadores, juntando todas essas histórias. Dez anos depois, após explorar a Terra, o Céu e até os Deuses, a Marvel resolve finalmente colocar tudo junto em um grande filme. Quase 40 protagonistas unidos por uma grande causa, ainda que não saibam: derrotar Thanos, o Titã Louco, que tem por finalidade acabar com metade da população do universo, o que ele acredita ser uma causa nobre. Nos quadrinhos, esse genocídio massivo tem a ver com seu amor pela morte e uma oferenda. Nas telas, mais um ato classificado como humanitário por ele mesmo. Qualquer expectador que viu

13 Reasons Why surpreende em sua segunda temporada

Hanna Baker está morta. Após uma intensa explicação, por meio de 13 fitas endereçadas à 13 pessoas diferentes, as razões de sua morte foram pontuadas, uma a uma, de forma crescente e gradativa, e a série produzida pela cantora e atriz Selena Gomez  virou um sucesso imediato e serviu para endereçar a questão do bullying e da questão sexual de forma inédita na TV. Mas o que ficou por ser dito após uma primeira temporada com fechamento bem claro? Aparentemente muito havia para ser dito, o que do ponto de vista estritamente narrativo é algo extremamente perigoso, pois pode mexer em questões que ficaram estabelecidas na cabeça dos fãs, de forma a tirar força da história posta. E foi o que aconteceu. Entre as novas revelações, havia um intenso romance com um personagem conhecido, o que, para alguns fãs, poderia modificar a sua razão de tirar a própria vida, ou então ao menos tirar força de parte dos acontecimentos narrados na primeira temporada. Talvez esse fato, em conjunto com a forma

Han Solo é capaz de divertir, sem acrescentar muita coisa

Han Solo sempre foi um personagem cativante. Nada mais esperado do que ele ganhar seu momento solo (sem trocadilhos), explorando sua origem, especialmente depois da compra da Lucas Films pela Disney, que além dos novos filmes do cânone, resolveu inovar com filmes de expansão do seu universo, a linha "Uma História Star Wars", estreada em Rogue One e agora complementada por Han Solo. Mas o maior motivo para se haver um spin off era também a maior fragilidade: achar um jovem ator que tivesse todo o carisma de Harrison Ford, que acabou por roubar a cena com sua atuação já clássica de bandido de bom coração. E isso determinaria o sucesso ou o fracasso do filme, que infelizmente caminha a passos largos para o segundo, e infelizmente boa parte disso cai nos ombros do dedicado mas limitado ator Alden Ehrenreich, que claramente estudou os trejeitos e frases clássicas, mas que nada acrescentou ao personagem, correndo o risco de cair no esquecimento como os intérpretes de Anakin Skyw